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Lula na horta

Lula promete fazer reuniões com atacadistas e produtores para reduzir preço de alimentos. Entenda porque isso é preocupante

O presidente Luiz Inácio Lula da Silva anunciou recentemente que pretende se reunir com atacadistas e produtores para discutir maneiras de reduzir os preços dos alimentos no Brasil. Embora a proposta pareça bem-intencionada, a história econômica do país já nos mostrou que intervenções estatais no mercado de preços podem gerar efeitos colaterais catastróficos.

A tentativa de conter a inflação de alimentos por meio de diálogos com empresários levanta preocupações sobre até que ponto o governo pode tentar regular preços sem causar distorções no mercado. E a história nos ensina uma lição valiosa: sempre que o governo tenta controlar preços artificialmente, o resultado é escassez, ineficiência e um efeito contrário ao desejado.

Tabelamento de preços: um desastre já visto no Brasil

O Brasil já viveu um episódio emblemático de controle estatal dos preços que terminou em fracasso: o Plano Cruzado, lançado em 1986 no governo José Sarney. Na época, o país enfrentava hiperinflação, e o governo adotou uma série de medidas para conter os preços, incluindo o congelamento de preços de produtos essenciais.

 

Impacto do Plano Cruzado na economia

Fator Consequência
Congelamento de preços Escassez de produtos e mercado negro
Fiscalização intensa Empresas buscando formas de burlar a proibição
Inflação reprimida Explosão de preços após o fim do plano

 

O que realmente causa o aumento no preço dos alimentos?

Ao invés de buscar culpados no setor privado, o governo deveria olhar para suas próprias políticas fiscais e tributárias, que encarecem os produtos básicos para a população. Eis algumas das principais razões para a alta dos preços dos alimentos:

  • Carga tributária excessiva: O Brasil tem uma das maiores cargas tributárias sobre alimentos do mundo. Impostos como ICMS e PIS/Cofins aumentam os preços diretamente.
  • Inflação e desvalorização do real: A expansão dos gastos públicos sem controle causa inflação, reduzindo o poder de compra da população e aumentando os preços dos insumos agrícolas.
  • Custo logístico elevado: A falta de infraestrutura adequada, os combustíveis caros e a dependência do transporte rodoviário encarecem o escoamento da produção.
  • Baixa produtividade agrícola: Falta de incentivos para modernização do setor agropecuário reduz a eficiência da produção, pressionando os preços.

 

Soluções liberais: como combater a alta dos alimentos sem intervenção estatal?

Ao invés de recorrer a medidas ineficazes como tentativas de controle de preços, o governo poderia adotar políticas que aumentem a oferta de alimentos e reduzam os custos de produção. Algumas soluções viáveis incluem:

  • Redução de impostos sobre alimentos e insumos agrícolas: Cortar tributos que incidem sobre a produção e comercialização de alimentos ajudaria diretamente na redução de preços para o consumidor.
  • Política fiscal responsável para conter a inflação: Reduzir o déficit público e adotar medidas de austeridade ajudaria a estabilizar o real e reduzir a pressão inflacionária.
  • Incentivo à infraestrutura e logística: Melhorar estradas, investir em ferrovias e reduzir a burocracia no transporte de alimentos poderia diminuir os custos da cadeia produtiva.
  • Facilitação do crédito para produtores rurais: Criar incentivos para que pequenos e médios produtores possam expandir suas atividades aumentaria a concorrência e, consequentemente, reduziria os preços.

O perigo de repetir os erros do passado

A história econômica do Brasil mostra que qualquer tentativa de controle artificial de preços, direta ou indiretamente, fracassa e gera distorções no mercado. Ao invés de pressionar empresários e produtores, o governo deveria focar em soluções estruturais, reduzindo impostos, investindo em infraestrutura e equilibrando as contas públicas.

Repetir os erros do Plano Cruzado e outras tentativas de intervenção estatal seria um equívoco grave, com consequências que podem afetar justamente os mais pobres, que dependem de alimentos acessíveis para sobreviver.

O caminho para preços mais baixos não está na imposição, mas sim na liberdade econômica, na concorrência e na eficiência do setor produtivo.


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